Membros da Comissão de Direitos Humanos da Câmara visitam famílias abrigadas em ginásio

Membros da Comissão de Direitos Humanos da Câmara visitam famílias abrigadas em ginásio

Ícaro lembra que a Comissão Fundiária da Câmara alertou a Prefeitura, há tempos, sobre as invasões e que essa situação poderia ter sido evitada

Dezenas de famílias foram desapropriadas de uma Área de Preservação Permanente (APP), que havia sido invadida, no bairro Jardim dos Ipês. Sem abrigo, muitas delas foram levadas pela Prefeitura ao Ginásio do bairro Jardim das Violetas.

Na tarde de hoje (21), os vereadores Ícaro Francio Severo (PSDB) e Leonardo Visera, presidente e membro da Comissão de Direitos Humanos e Defesa da Cidadania e dos Direitos da Criança e do Adolescente da Câmara Municipal de Sinop, estiveram no local em conversa com os moradores.

Das doze famílias levadas ao ginásio, seis ainda permanecem nesse abrigo provisório e passam por dificuldades. “A maioria aqui está desempregada, principalmente as mulheres que precisam cuidar das crianças. Passamos apertos, mas a gente divide a comida com quem não tem e assim vamos levando, um ajudando o outro. Aqui somos uma família só”, relatou um dos moradores.

O único banheiro do ginásio é compartilhado pelas seis famílias para as seguintes finalidades: banho, higiene pessoal, lavagem de roupas e de louças. Conforme relatado aos vereadores, só existe um chuveiro instalado no banheiro masculino. “Quando nós mulheres queremos tomar banho enquanto o único chuveiro está ocupado, vamos no banheiro feminino, tampamos o escoamento da água da pia, esperamos a pia encher e vamos pegando água com um caneco para jogar no nosso corpo”, descreveu uma jovem.

Entre essas famílias estão crianças que vão de cinco meses de idade até 14 anos. “Nós que somos grandes ainda conseguimos dar um jeito e seguramos a barra, o problema são as crianças pequenas que não tem culpa de nada”, disse uma mãe.

Uma moradora, em conversa com os parlamentares, relatou morar em Sinop há mais de seis anos, e que decidiu ir àquela área invadida por não ter condições de pagar aluguel. “Estava lá a apenas dois meses, mas tinha gente com mais de dois anos em cima daquele lugar. Sabemos que não fizemos o certo em morar lá, mas eu mesmo há muitos anos tento uma casa popular e nunca consegui e, naquele momento, foi a única alternativa que me restou para não ir morar na rua”, disse.

Ícaro lembrou que, como presidente da Comissão de Regularização Fundiária da Câmara, já havia alertado a Prefeitura, junto dos demais membros da Comissão em um relatório, sobre as invasões na cidade. “A Prefeitura, portanto, já tinha ciência dessas situações de invasões. Por isso acredito que todo esse transtorno causado aos moradores poderia ter sido evitado ou, ao menos, minimizado”, ponderou.

O vereador também destacou que, em um caso emergencial como esse, a Prefeitura poderia ter aderido ao “Aluguel Social”, que visa amparar essas famílias temporariamente, de forma que elas conseguissem uma moradia digna nesse período e não ficassem em uma situação tão difícil como estão.

A Comissão de Direitos Humanos da Câmara está elaborando um relatório, com todos esses relatos e informações, que será encaminhado à presidência da Câmara, à Prefeitura, à Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e ao Ministério Público Estadual (MPE), para que as providências cabíveis sejam tomadas o quanto antes”, registrou o vereador-presidente da Comissão, Ícaro.

Weslley Mtchaell – Assessor de Imprensa

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